STP sobe ligeiramente no Índice de Perceções de Corrupção da Transparency International

São Tomé e Príncipe sobe ligeiramente no Índice de Perceções de Corrupção da Transparency International
Ranking global revela ligação entre corrupção sistémica e desigualdade social

São Tomé, 25 de Janeiro de 2017 – STP ganhou 4 pontos e 4 lugares no Índice de Percepções de Corrupção de 2016, publicado hoje pela Transparency International, rede global de ONG anticorrupção da qual CIPSTP em STP é candidato naional. O país obteve no índice de 2016 uma pontuação de 46 pontos em 100 – numa escala em que 100 significa “muito transparente” e 0 significa “muito corrupto”. São Tomé e Príncipe está agora na 62ª posição no ranking, tendo ganho quatro lugares em comparação com o ano passado, quando tinha obtido 42 pontos. Ou seja 2015 igual a 66 subimos para posição 62.

«Naturalmente, uma variação de dois ponto em 100 não é estatisticamente significativa, mas este resultado revela que STP está subindo no combate à corrupção, mas precisando ainda fazer muitas reformas. Nos últimos cinco anos, o nosso score não variou dos 42 pontos. Cada ano que passa tem sido uma oportunidade perdida para fazer avanços no combate à corrupção e ganhar a confiança de observadores e investidores estrangeiros, tão necessária à nossa recuperação económica e desenvolvimento social», análise do investigador do CIPSTP.

O Índice de Perceções de Corrupção, publicado anualmente pela Transparency International, é o principal indicador global sobre os níveis de corrupção no sector público de cada país, medidos a partir das percepções de especialistas externos e de organizações internacionais. Dinamarca e Nova Zelândia (90 pontos em 100) são os primeiros classificados, seguidos da Finlândia (89 pontos). O pior classificado é a Somália (10 pontos), antecedida do Sudão do Sul (11 pontos) e Coreia do Norte (12 pontos).

Corrupção e desigualdade são faces da mesma moeda
Em termos globais, o Índice de Perceções de Corrupção de 2016 revela a ligação próxima entre corrupção sistémica e desigualdade social. Dos 176 países analisados, 69% estão abaixo dos 50 pontos. Pior do que isso, foram mais os países que pioraram do que aqueles que melhoraram o seu desempenho.

Escândalos como os “Panama Papers” mostraram que é ainda demasiado fácil para os ricos e poderosos do mundo explorarem em proveito próprio a opacidade do sistema financeiro global, enquanto as populações mais frágeis são castigadas pelo agravamento do desemprego, pelo aumento da fatura fiscal e pela diminuição dos serviços sociais. É essa gritante desigualdade que tem alimentado políticos populistas um pouco por todo o mundo – políticos que, prometendo combater a corrupção sistémica, colocam pelo contrário mais riscos ao funcionamento das democracias.

«Em países com lideranças populistas ou autocráticas, vemos com frequência democracias em declínio e tentativas de atacar a sociedade civil, limitar a liberdade de imprensa e enfraquecer a independência do poder judicial. Em vez de combaterem o capitalismo de compadrio, esses líderes geralmente instalam formas ainda piores de corrupção sistémica», disse o presidente da Transparency International, José Ugaz. «Só assegurando a liberdade de expressão, a transparência dos processos políticos e instituições democráticas sólidas é possível à sociedade civil e à imprensa responsabilizar os políticos e combater com sucesso a corrupção». A classificação no Índice de países como a Hungria ou a Turquia, que têm assistido à ascenção de lideranças autocráticas, tem registado uma tendência de queda. Em contraste, a Argentina, que recentemente substituiu um governo populista, está a começar a recuperar.

O Índice de Perceções de Corrupção 2016 pode ser consultado em:http://www.transparency.org/…/corruption_perceptions_index_…