Foi este o desafio colocado pelo CIPSTP do qual não poderia deixar de responder.
Na condição de emigrante santomense, reconheço que estou numa posição de desvantagem em relação aos meus concidadãos residentes no País. Mas, ao mesmo tempo, tenho a vantagem de observar o País de longe. Esse olhar distante tem me conferido o privilégio de afetuar uma avaliação mais racional e menos emocional do País.
Os eleitores santomenses residentes no País são chamados, no dia 12 de Outubro, a escolherem os seus representantes na Assembleia Nacional, nas Autarquias Locais e os cidadãos residentes na Região Autónomas de Príncipe têm a oportunidade de elegerem os seus representantes na Assembleia Legislativa Regional. Em nome de todos os santomenses, residentes ou não, o futuro de STP está nas mãos dos santomenses que irão exercer o seu dever cívico, votando. Confesso que teria imenso orgulho em estar nessa posição única. Por isso, o primeiro apelo que faço é que votem.
Votem de forma clara, consciente e, sobretudo, votem com a convicção de que é possível mudar o País. Votem com a convicção de que é possível promover o crescimento económico, criar riqueza e emprego. É possível termos um País, apesar de pequeno, capaz de ser atrativo aos investidores externos. Votem com a convicção de que é possível os santomenses serem tão ou mais competitivos em relação aos outros povos com caraterísticas semelhantes as nossas.
A resolução dos problemas como a pobreza, o desemprego, o excesso de burocracia, a baixa produtividade e a distribuição equitativa dos recursos devem merecer dos nossos dirigentes e políticos maior responsabilidade na apresentação de propostas concretas. Os santomenses devem rejeitar propostas populistas e demagógicas.
Estou convicto que o futuro do País depende essencialmente de 3 fatores: o nível de exigência e do envolvimento da população, a capacidade de diálogo entre os atores políticos e, não menos importante, da consistência e sustentabilidade das reformas a serem implementadas.
Nível de exigência e do envolvimento da população tem a ver com a maior ou menor participação dos santomenses na gestão dos recursos públicos e a participação na elaboração, execução e avaliação de políticas públicas.
S.Tomé e Príncipe vive um momento particular da sua história. O País está preste a atingir o grupo de Países de rendimento médio, com todas as consequências daí decorrente. A capacidade de diálogo entre os atores políticos por um lado e, a consistência e sustentabilidade das reformas a serem implementadas, por outro, vão determinar o nosso sucesso ou insucesso no contexto dos Países de rendimento médio.
Acredito que o País tem futuro.
Leoter Viegas