“Missão em Moçambique fortalece capacidades de OSC santomenses em transparência extrativa e monitoria orçamental, com modelos replicáveis para STP.” read more

Intercâmbio Histórico:
OSC de STP Impulsionam a Transparência Orçamental em Missão a Moçambique
Uma delegação de Organizações da Sociedade Civil de São Tomé e Príncipe visitou Moçambique para um intercâmbio de experiências focado em monitoria da indústria extrativa e transparência orçamental, buscando fortalecer a governação económica no arquipélago.
Enquadramento:
Parceria para a Boa Governança
No âmbito do Programa para a Consolidação da Governação Económica e Sistemas de Gestão das Finanças Públicas nos PALOP e Timor-Leste (Pro PALOP-TL ISC Fase III), financiado pela União Europeia e implementado pelo PNUD, um grupo de Organizações da Sociedade Civil (OSC) de São Tomé e Príncipe embarcou numa missão crucial de troca de experiências a Moçambique. O objetivo central é fortalecer a transparência, a prestação de contas e a governação económica na região.
A iniciativa, que se insere no Componente A.8.1.3 do Pro PALOP-TL Fase III, visa especificamente promover a cooperação Sul-Sul entre as OSC dos PALOP-TL, facilitando o diálogo e a partilha de conhecimentos em áreas vitais como a monitoria de políticas públicas, as indústrias extrativas e a análise orçamental.
O foco principal desta ação recaiu sobre as quatro Organizações da Sociedade Civil (OSC) âncoras, beneficiárias diretas do projeto em STP: a Federação das Organizações Não Governamentais de São Tomé e Príncipe (FONG), o Centro de Integridade Pública de São Tomé e Príncipe (CIPSTP), a Plataforma de Direitos Humanos e Equidade de Género (PDHEG) e a WEBETO.
Objetivos e Metodologia:
Aprendizagem no Terreno
A missão, realizada em Maputo, Moçambique, a 29 de Junho de 2025, teve como objetivo geral fortalecer as capacidades das OSC de STP em monitoria da indústria extrativa e transparência orçamentária, através da adaptação de modelos moçambicanos (FMO, CIP e ITIE). Os objetivos específicos incluíram conhecer a estrutura e o funcionamento do FMO para replicação em STP, identificar lições da abordagem e monitoria do CIP no Relatório Alternativo do ITIE Moçambique para apoiar a readesão de STP ao padrão internacional, e estabelecer parcerias para acompanhamento técnico contínuo entre as OSC dos dois países.
A metodologia da missão foi intensiva e prática, incluindo reuniões técnicas com o CIP Moçambique (setor de indústrias extrativas e relatórios alternativos à ITIE), o Fórum de Monitoria do Orçamento (FMO) e o Secretariado da ITIE Moçambique. Uma visita de campo a projetos emblemáticos, acompanhada pela Dra. Benilde Nhanevilo (ROSC), complementou as sessões teóricas, culminando na elaboração de um plano de ação para STP, com adaptações contextuais.
Membros das OSC de São Tomé e Príncipe em sessão de trabalho com o Fórum de Monitoria do Orçamento (FMO) em Maputo.
A delegação de São Tomé e Príncipe em visita de campo, aprofundando o conhecimento sobre a indústria extrativa.
Representantes das OSC de São Tomé e Príncipe envolvidos em discussões durante a missão de intercâmbio.
Resultados Alcançados:
Modelos para Replicar em STP
A troca com o FMO revelou um modelo de gestão rotativa, com mais de 20 OSC, gerido a cada 2 anos por uma organização diferente. Também foram apresentadas técnicas eficazes de advocacia usando a plataforma eBudget PALOP-TL e a análise do Orçamento Geral do Estado (OGE) em todas as fases permitidas pela Lei SAFE. A recomendação para STP é criar um Fórum similar, adaptado à realidade de um país pequeno, focado na pressão por políticas públicas transparentes.
Da troca com a ITIE Moçambique e o CIP, destacam-se as lições da ITIE, onde Moçambique alcançou 82.5 pontos na última validação (2022), com a publicação de 12 relatórios anuais de reconciliação e reformas legais (ex.: Decreto 40/2023 sobre receitas locais). O CIP moçambicano contribuiu com a produção de relatórios alternativos e a pressão pela transparência, mesmo como membro do Comité Nacional da ITIE.
Foram estabelecidos compromissos para parcerias contínuas, incluindo acompanhamento técnico entre CIP Moçambique, FMO e as OSC de STP (CIP STP, WEBETO, FONG STP). Além disso, ficou acordada a formação e capacitação em eBudget PALOP-TL e cursos eLearning do Pro PALOP-TL para OSC e media santomenses.
Conclusões e Recomendações:
Um Caminho para a Transparência Contínua
A experiência do FMO e da ITIE em Moçambique oferece modelos replicáveis para São Tomé e Príncipe, com os necessários ajustes ao contexto local. A cooperação Sul-Sul fortalece a capacidade das OSC em incidência política e monitoria de recursos naturais.
As principais recomendações incluem a criação de um FMO em STP, articulando OSC, Parlamento e Ministério das Finanças para a monitoria do OGE, a readesão de STP à ITIE com reforço da colaboração entre WEBETO, FONG STP e o Ministério da Economia de STP, e a inscrição de membros das OSC nos cursos do Pro PALOP-TL (eBudget, storytelling em finanças públicas).
Estas ações coletivas visam solidificar o papel da sociedade civil de São Tomé e Príncipe como um pilar essencial na construção de uma governação mais transparente, responsável e justa.
Ponto Focal do CIPSTP:
Deodato Capela
Documento consolidado em: 30 de Junho de 2025.
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